sábado, 4 de maio de 2013

Crise do impresso chegou a jornais de bairro ?


Em busca de um modelo para sobreviver, os impressos pedem socorro. Matéria interessante do site Comunique-se. Leia: 

A tradição não conseguiu garantir a sobrevivência do Jornal da Tarde. Após 46 anos de circulação, o impresso do Grupo Estado encerrou suas atividades no ano passado. Em 2010, o Jornal do Brasil, um dos veículos mais antigos do país, deixou de ir às bancas e migrou para a internet. Seguindo a tendência da grande imprensa, o Logradouros Jornal anunciou que seu conteúdo passará a ser publicado apenas no meio online. A última edição impressa irá às ruas na próxima quinta, 9.

Foi com alegria que a jornalista Claudia Rato divulgou o fim do impresso Logradouros Jornal, que existia há oito anos. Quinzenal, o veículo tinha tiragem de 20 mil exemplares e circulava nos bairros do Ipiranga, Cursino e Sacomã, na zona sul de São Paulo. “Percebemos que as notícias tinham repercussão até maior do que no impresso. O site estava evoluindo e decidimos fazer um portal para trabalhar a região e trabalhar assuntos diversos”, conta ao Comunique-se.

A ideia, segundo Claudia, é manter a regionalidade na plataforma digital. “Não queremos perder nossas raízes, mas queremos fazer com que o portal cresça e alcance um número maior de leitores”. Ela destaca que a web permite a reprodução de conteúdo, independentemente da questão do espaço. “Trabalhávamos com um padrão de 12 páginas, então, tínhamos grande limitação de informação”.

Tendência do mercado
Reflexiva. É como está a jornalista Laura Kamisaki, redatora e fundadora do Jornal do Bairro de Sapopemba, distribuído em parte da zona leste paulistana. A profissional considera que a migração é uma “tendência do mercado”, que demanda tempo e planejamento. “Esse processo não vai ser tão rápido. Você não pode acordar amanhã com um jornal que virou online. Isso requer planejamento criterioso”, avalia. Ela defende que cada caso deve ser analisado separadamente. “É preciso haver um estudo regional. Não adianta falar que deu certo no Morumbi, porque pode não dar certo em Sapopemba”.

Laura ressalta que o preço de produção do jornal é alto, porém garante que não pensa em fazer a migração, e sim, encontrar uma forma em de convivência entre as mídias. “A dificuldade hoje é de achar um modelo ideal. O impresso, para entrar na máquina, tem custo de R$ 1.000. Normalmente, os jornais saem de R$ 2 a R$ 4 mil. São produtos extremamente caros e demandam muito tempo de trabalho”.

Impresso deve ser mantido
Uma das fundadoras do Momento News e do Pólo Paulistano, outros dois jornais de bairro da capital paulista, Riselda Morais concorda que o trabalho é difícil, por ser “uma imprensa pequena e com pouco patrocínio”. Ela afirma, contudo, que o veículo deve tentar dialogar com a internet e não deixar de existir. “O jornal nasceu impresso, ele deve ser mantido. O fato de termos a internet não quer dizer que tenhamos que abrir mão do impresso. Tem muita gente que ainda não tem acesso a internet, por exemplo”.

A leitura de um jornal de bairro, segundo Riselda, faz parte de um hábito cultural da sociedade local e deve ser mantida. “A leitura regional já faz parte da cultura das pessoas. Querer parar de fazer a imprensa escrita é como extinguir o livro. Seria uma perda para a sociedade. Eu abraço a tecnologia, mas considero que impresso e online vieram para se somar e não para subtrair”.

Via Comunique-se 





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