domingo, 28 de fevereiro de 2016

#Twitter adota melhores tweets ao invés de timeline cronológica. Igual ao #Facebook

Opção "Exibir os melhores tweets primeiro" poderá ser desabilitada pelos usuários que não concordarem com a novidade, já que ela vai contra a proposta inicial de "tempo real", marca da plataforma.

Mesmo após a hashtag RIPTwitter e o CEO do microblog, Jack Dorsey, ter negado que o Twiter estaria planejando mudanças "já na próxima semana", para a forma como os tweets são apresentados na rede social, os usuários do microblog contam sim com uma nova alternativa de exibição dos tweets em sua timeline. Já a partir desta semana, os internautas irão encontrar a opção "Exibir os melhores tweets primeiro". 

Com isso, os usuários da rede social verão primeiramente alguns conteúdos mais importantes, mas que não necessariamente são as atualizações mais recentes dos amigos.  A novidade entra em funcionamento nos apps para Android e Iphone (IOS), assim como na versão web do Twitter.


Este formato de visualização por relevância segue o padrão adotado pelo seu rival Facebook, que utiliza seu próprio sistema para calcular a relevância dos posts e os exibir em uma ordem determianda eletronicamente. A novidade vai contra a proposta de "tempo real", que sempre esteve no DNA da plataforma e, por isso, quando anunciada a possível mudança, gerou comoção na rede social. Os usuários agiram de forma negativa e criaram a hashtag RIPTwitter.  

Mas o Twitter encontrou uma forma menos agressiva de fazer a mudança, não impondo, mas sim fazendo com que o novo padrão de visualização possa ser uma alternativa. A novidade será implementada aos poucos em todas as contas da plataforma, devendo chegar ao Brasil em poucos dias. O recurso estará habilitado automaticamente para todas as contas, mas o internauta terá a opção de desabilita-lo. 
Conforme o escritório do Twitter no Brasil, os usuários deverão entrar nas configurações do perfil para conhecer o novo recurso. Quando ele for ativado, eles receberão uma notificação em sua timeline. Ainda segundo a plataforma, nenhum tweet deixará de ser exibido devido a novidade.
  
 Fonte: Oficina da Net


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Quem decide o que você vê no #Facebook ?


O algoritmo do Facebook é tão secreto que uma porção de empresas passam horas tentando decifrá-lo


Quem decide o que você vê no Facebook?

Toda vez que você abre o seu Facebook, uma mágica acontece e você nem percebe. Uma mágica que só é possível graças a décadas de evolução dos algoritmos computacionais, milhares de horas de trabalho de alguns dos engenheiros mais talentosos do mundo, e regras super complexas definidas por designers dos quais você nunca nem ouviu falar.

Funciona mais ou menos assim.

Primeiro um algoritmo varre tudo o que cada um dos seus amigos publicou na última semana. Cada uma das pessoas que você segue, cada um dos grupos dos quais você participa, cada página que você “curtiu” na rede social. Para o usuário médio de Facebook, o número de posts ultrapassa os 1.500 (mas para usuários mais ativos esse número chega tranquilamente a 10.000).
Mas é óbvio que o Facebook não vai colocar os 10.000 posts na sua frente, de uma vez só. Você nunca teria tempo suficiente (nem paciência) de ler tudo, certo?
Imagine se o Facebook mostrasse os 10.000 posts de uma vez pra você...
Imagine se o Facebook mostrasse os 10.000 posts de uma vez pra você…

Daí vem a segunda parte do processo.

Um algoritmo super complexo define o que o Facebook realmente vai mostrar para você. Esses milhares de posts da última semana são categorizados e rankeados na ordem em que o Facebook acredita que você vai preferir – começando pelos posts mais recentes e dos seus melhores amigos.
Desses 10.000 posts, o Facebook te mostra sabe quantos? Aproximadamente 100.

Pois é.
E é por esse mesmo motivo que muitas vezes seus próprios posts no Facebook conseguem muito menos “likes” e “comments” do que você esperava conseguir.
Você já deve ter passado por isso: você prepara estrategicamente um post super bacana, com a melhor foto que você conseguiu encontrar e a melhor legenda que seus anos estudando Literatura são capazes de elaborar. Tudo isso acreditando que será um post incrível, com um monte de gente curtindo, comentando, estufando seu ego e enchendo sua vida de alegria.
E depois que você posta, vem a decepção: 3 curtidas.
Bom, pelo menos agora você já sabe que não é culpa sua.
Se dos 10.000 posts dos seus amigos, o Facebook só te mostra 100, você não precisa ser um gênio da matemática para descobrir que das centenas de amigos que você tem na rede social, só uma parcela deles vai realmente ver aquele seu post criado com tanto carinho. Pra ser mais exato: 12% dos seus amigos vêem o seu post. Se você tem uns 500 amigos no Facebook, provavelmente 60 vêem. E nem todos esses 60 vão calhar de abrir o Facebook naquele dia…

Uma fórmula mais secreta do que a da Coca-Cola

É claro que essa fórmula que decide quem vê o quê no Facebook é um segredo guardado a sete chaves. Ninguém diz exatamente como funciona. Afinal, é esse mesmo algoritmo que faz com que as páginas das marcas tenham que pagar bem caro ($$$$$) para conseguir fazer um post aparecer na sua frente – no meio desses 100 outros posts que o Facebook escolheu.
O algoritmo do Facebook é tão secreto que existe uma porção de empresas tentando decifrá-lo
Outra coisa interessante: o Facebook está constantemente aprimorando esse feed de posts. Toda vez que você clica em “Não quero mais ver esse post”, ou clica em “Ocultar”, esse clique é salvo num banco de dados para que um outro algoritmo analise o porquê do site ter entregue um post que você não gostou de ver. Sem contar que vez ou outra o Facebook convida os usuários a responderem a algumas perguntas para aprimorar o feed de notícias.
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Oi Fulano, me ajuda a te ajudar? (e a fazer mais dinheiro com anunciantes?)
Tudo precisa ser cuidadosamente pensado. Quando o seu site possui 1 bilhão de usuários ativos no mundo todo (que visitam o site pelo menos uma vez por semana), qualquer mudança minúscula nesse algoritmo pode significar usuários chateados e milhões de dólares a menos de faturamento com os posts patrocinados.

A matemática dos posts

Um algoritmo nada mais é do que uma série de fórmulas matemáticas que decidem qual post você não pode deixar de ver, e qual post é melhor que você não veja para não estragar o seu dia.
Mas computadores não têm bom senso para tomar essa decisão sozinhos, obviamente.
Então alguma coisa que tenha bom senso (por exemplo: um ser humano) precisa “ensinar” esse computador a escolher os posts que você vai ver na sua frente quando abrir o Facebook daqui a 5 minutos.
Como funciona?
A cada um daqueles 10.000 posts que o Facebook analisou é atribuída uma nota, chamada de pontuação de relevância. Na prática, ela tenta descobrir o quão relevante determinado post é para você.
Essa nota é baseada em vários aspectos:
  • A pessoa que postou é um amigo próximo, ou só um conhecido?
  • Há quanto tempo você é amigo daquela pessoa?
  • Vocês e aquela pessoa autora do post costumam trocar mensagens inbox com frequência?
  • Você costuma curtir as coisas que aquela pessoa posta?
  • Aquela pessoa costuma curtir as coisas que você posta?
  • Opa, vocês foram jantar juntos semana passada?
  • Os melhores posts daquela pessoa são fotos, textos ou links pra outros sites?
  • Há quantas horas aquele post foi publicado?
  • O post daquela pessoa já está fazendo sucesso entre outros amigos, ou não recebeu nenhuma curtida?
  • Etc, etc, etc.
Depois que todas essas perguntas são respondidas, o post candidato-a-aparecer-no-seu-newsfeed recebe uma nota, assim como acontece com os outros 9.999 posts. O próximo passo é definir uma nota de corte, para que somente os 100 posts mais interessantes sejam exibidos no seu feed de notícias.

As decisões são todas baseadas em observar os usuários e como eles se comportam na rede social. E como “observar” passa a se tornar impossível quando existem mais de um bilhão de usuários a serem observados, essa observação toda passa a acontecer também programaticamente – por um computador que monitora tudo o que você faz por lá.

O algoritmo que mede a possível popularidade de um post é tão avançado, mas tão avançado, que ele consegue medir até os mais sutis dos seus traços comportamentais. Se você “curtir” um post antes de clicar para ler o post todo, ele recebe uma nota menor dentro desse algoritmo do que se você ler o post todo e depois clicar “curtir”. Afinal, se você curtiu o post sem ler é possível que tenha feito somente por educação ou por politicagem com o amigo em questão. (Fonte)
Leia também: o Facebook monitora até o que você não publica >
Outro fator importante é o tempo que você gasta em um post.
Se quando você vai descendo pelo newsfeed você gasta mais tempo em determinada história, isso pode significar que você confia/respeita/se interessa mais do que a média pela pessoa que publicou aquele post. “E não é tão simples quanto 5 segundos = bom /2 segundos = ruim. Tem mais a ver com o tempo que você gasta em cada post em comparação com outros posts no seu feed de notícias”, explica Max Eulenstein, gerente de produtos do Facebook.

Um time de craques nos bastidores

Agora imagine o tamanho do computador que decide isso tudo em milésimos de segundo. E imagine o tamanho do time de pessoas trabalhando nos bastidores para decidir como esse algoritmo deve funcionar.
Escritório do Facebook em Menlo Park, CA
Escritório do Facebook em Menlo Park, CA (Fonte)

A verdade é que o Facebook possui um time inteiro de pessoas aqui na Califórnia dedicadas a manter esse algoritmo sempre afiado – de engenheiros, a cientistas de dados, a antropólogos, a designers e gerentes de produto.

Uma parte do time (o pessoal com bagagem em Humanas) trabalha conversando com usuários, entendendo o que é importante para eles, e traduzindo aqueles sentimentos e traços comportamentais em regras para o algoritmo.

A outra parte do time (o pessoal com bagagem em Exatas) trabalha analisando números e escrevendo aquelas regras todas de uma forma que um computador consiga entender.
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Então para (finalmente) responder à pergunta original do título do post: quem decide o que você vê no Facebook são esses caras da foto aí em cima. E quem decide o que eles decidem são os chefes dele. E quem decide o que os chefes deles decidem é o nosso amigo Zuckerberg.
Ah, e agora que você já entendeu mais um pouco de como essa maluquice de algoritmo funciona, comece a reparar mais no post que aparece em primeiro lugar no topo do seu feed de notícias quando você abre o Facebook. Ele é um verdadeiro campeão: passou pelo sofrido inquérito descrito acima com toneladas de perguntas capciosas, recebeu a maior nota de todas, e ficou na frente de outros 9.999 posts. Ele merece seu like, vai?

Via  Updateordie

Assistente de voz é o futuro ? #Siri #Google Now

Smartphones já têm. Computadores, há algum tempo. Smartwatches aderiram, e a vindoura internet das coisas promete usar bastante. Estamos falando da tecnologia de reconhecimento de fala, na qual sua voz é quem manda. E prepare a garganta, pois ela poderá ser o próximo grande salto na interface homem-máquina.

O exemplo atual mais conhecido do uso do reconhecimento de voz está nos assistentes pessoais inteligentes, capaz de realizar diversas tarefas para seus usuários, como trazer informações do trânsito e da meteorologia, agenda de compromissos, preços de produtos, sugestões de locais para comprar e passear etc.

Você pode usar o teclado para interagir com os assistentes, mas quase todos já têm recursos de reconhecer voz como forma extra de interação. São exemplos de assistentes pessoais a Siri (Apple), Google Now (Google/Android), S Voice (Samsung) e Cortana (Microsoft) --este último ainda não tem versão em português.

Não deixe de ler:  6 links que provam que o Google sabe tudo sobre você

Era preciso treinar a assistente

Mas reagir às nossas solicitações faladas não é tão simples. A grosso modo, os assistentes pessoais usam o reconhecimento de voz para inserir dados no dispositivo e, por isso, precisam interpretar linguisticamente o que falamos. Também contam com acesso aos seus dados pessoais, buscas na internet e auxílio a outros aplicativos instalados no dispositivo.

Redes neurais, que realizam conexões de dados de forma parecida com o sistema nervoso, também vêm sendo pesquisados para esse fim. Mas os estudos em reconhecimento de voz existem pelo menos desde os anos 30 pela Bell Labs, grande empresa de pesquisa dos EUA.

"No final da década de 80, os programas que utilizam redes neurais passaram a ser viáveis e, com eles, surgiu a possibilidade concreta de se desenvolver modelos computacionais para o reconhecimento de voz. Os primeiros sistemas eram muito limitados e exigiam treinamento do software, para que este se adaptasse ao seu usuário. O treinamento poderia ser algo demorado", diz Rosa Vicari, responsável pelo grupo de inteligência artificial da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

As tecnologias envolvendo voz também são um meio alternativo de comunicação para pessoas com necessidades especiais de ordem visual ou motora, capaz de tarefas como leitura automatizada de textos, por exemplo. "Atualmente, esse tipo de aplicação também já atingiu escala comercial, motivando o investimento de grandes empresas, devido a demanda cada vez maior. A realidade é que cada vez mais teremos interações humanos-máquinas através da voz", prevê Rosa.

Como será o amanhã?

Quando a Siri foi lançada, recebeu críticas: 46% dos donos de aparelhos iOS acreditavam que a empresa exagerou nas capacidades prometidas. Isso aparentemente foi resolvido e hoje a assistente da Apple é bem aceita, pesquisa do site Experts Exchange, aponta que a Siri é a preferida entre os norte-americanos e também bateu o desempenho da Google Now e Cortana em testes.

Os vestíveis, o setor automotivo e a vindoura internet das coisas já olham pro futuro da voz enquanto ferramenta. Vários smartwatches das grandes marcas, como os da Apple, Samsung e Motorola, reconhecem as vozes de seus donos --até para compensar os diminutos teclados das suas telas.
O Brillo, sistema da Google com suporte a dispositivos como lâmpadas e fechaduras inteligentes, foi lançado no ano passado e permitirá uso da voz para executar comandos. A Apple lançou em 2014 o CarPlay, um sistema inteligente que liga iPhones a uma central multimídia dos carros e usa a Siri apara ajudar o motorista em trajetos, ligações telefônicas e outros comandos.

Porém, ainda estamos um pouco longe de usar só a voz para controlarmos tudo. As atuais tecnologias de voz precisam corrigir muitas falhas de compreensão. Além disso, levantam constantes debates sobre a privacidade dos dados coletados.

"As possibilidades são infinitas, mas estamos dando um passo de cada vez. Não há atalhos pois trata-se mais de um método artesanal do que de um típico esforço de codificação", disse ao UOL por e-mail Bharath Mohan, gerente de produto da Microsoft responsável pelo Cortana. Apple, Google e Samsung foram procurados para falar sobre o Siri, Now e S Voice, mas não falaram com a reportagem.


Aplicações atuais e futuras

Reprodução
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Assistente pessoal em qualquer lugar

Desde 2011 a Siri auxilia os usuários de iPhones e iPads. Na esteira dela veio a concorrência: Google Now (Google/Android), S Voice (Samsung), Cortana (Microsoft), M (Facebook) e Echo (Amazon). O que elas fazem? De um modo geral, são praticamente secretárias de bolso: a partir de perguntas, frases e buscas via voz (ou teclado), trazem informações relevantes para o cotidiano, como previsão do tempo, bolsa de valores e trânsito; navegador em trajetos de carro; sugerem restaurantes, lojas e serviços a partir de sua localização; realizam buscas na internet; agendam compromissos; e interagem com outros aplicativos. Habilitar o recurso de voz é opcional: o usuário deve ir nas configurações do aparelho e confirmar se quer mesmo usar as assistentes dessa forma. Os smartwatches também usam versões adaptadas das assistentes pessoais.
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Escrever textos sem teclado

Seja para pessoas com deficiência ou para quem não quer mais usar teclados físicos ou virtuais, a possibilidade de ditar um texto e transformá-lo em frases prontas é uma mão na roda. No iOS, desde 2014 é possível clicar no botão do microfone no teclado virtual e ditar o que quiser em português, com direito a pontuação. O Google Now também faz isso, mas no momento, só há suporte para esse tipo de pontuação em alemão, inglês, espanhol, francês, italiano e russo. E os demais apps de voz em sua maioria só reconhecem bem o inglês.
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Tradução simultânea

Em 2013, o aplicativo do Google Tradutor lançou uma atualização em que era possível pessoas de diferentes línguas usarem o programa para traduzir suas frases simultaneamente. Basta tocar em um botão com microfone na interface do app e este faria o resto, mostrando e tocando o áudio das traduções. Depois foi a vez do Skype fazer o mesmo, em 2014. Ambos ainda não funcionam com a precisão esperada, mas são úteis nos momentos mais "desesperados".
Divulgação
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Controle da casa conectada

A Internet das Coisas é um conjunto de produtos e tecnologias em desenvolvimento que pretendem funcionar e reagir de forma mais inteligente aos nossos hábitos e necessidades, além de criar objetos e ambientes que "conversam" entre si. Na prática, esse sistema conecta-se à internet ou a redes privadas, unindo "gadgets" como computadores, notebooks, tablets e celulares, além de televisões, geladeiras, iluminação e automóveis. Uma prévia do que pode acontecer já pode ser vista no uso do Kinect (foto), aparelho da Microsoft que funciona com o videogame Xbox One. Quando o dono da casa falar na sala "Xbox, ligue", o console se liga sozinho. E é possível configurar para ligar outros dispositivos, como TV, home theater e receptor de TV a cabo.
Reuters/Google/Divulgação
Reuters/Google/Divulgação

"Chofer" do carro autônomo

Ford, Lexus, Hyundai, Chrysler, Honda e GM são algumas das montadoras que já lançam ou prometem lançar carros com sistemas de comandos de voz, seja sozinhos ou em parcerias com outras empresas. E já que possuem "expertise" no assunto, as gigantes da tecnologia já estão dispostas a participar desse mercado, com iniciativas como Carplay (Apple), Android Auto (Google) e uma adaptação do Cortana para veículos (Microsoft). O protótipo de carro autônomo do Google (foto) não usa voz porque teoricamente não precisa: seus sensores, radares e computadores fazem tudo sozinho. Mas como nos testes já apresentou problemas e acidentes, comenta-se que o reconhecimento de voz surja para melhorar a relação do carrinho com os "motoristas" humanos.
Divulgação/Honda
Divulgação/Honda

Interação completa com robôs

Pode ser que em breve aquilo que vemos em "Star Wars" se torne real. Nos filmes, personagens humanos conversam livremente com os "dróides" R2-D2, C-3PO e BB-8 como se fossem pessoas dotadas de plena compreensão. Na verdade robôs como o Asimo (foto), da Honda, já fazem isso, mas de forma limitada. Se a tecnologia chegar a um nível de sofisticação capaz de entender e reagir a tudo que falamos, talvez teremos de fato um robô humanoide em cada lar resolvendo as tarefas chatas que nós, humanos, costumamos procrastinar... desde que eles não se chateiem nem se vinguem de nós por isso.

O que falta?

Reprodução/Globo
Reprodução/Globo

Acompanhar a velocidade da fala

Quem usa as assistentes pessoais dos celulares já deve ter sentido: quanto mais rápido você falar, maior a chance do programa entender tudo errado. O que acontece é que enquanto falamos, o software precisa processar em tempo real quais palavras foram ditas. A tecnologia atual é até bem precisa, mas quando aceleramos o discurso, não apenas há menos pausas que separam as palavras umas das outras, como também não as pronunciamos tão bem. Isso acaba comprometendo o resultado. Mas convenhamos: falar sempre pausadamente não é lá muito fluido no cotidiano, então seria ótimo se os programas acelerassem sua capacidade de compreensão com o passar do uso.

Compreender diferentes timbres e volumes de voz

Se diferentes pessoas falarem uma mesma frase para o mesmo assistente pessoal, é possível que a Siri, Google Now e afins entendam essa frase de formas diferentes, ou pelo menos não a entendam de primeira com todos eles. O desempenho do reconhecimento de voz também pode variar conforme timbres, volumes e ênfases dadas por cada interlocutor.
Reprodução/Instagram/ivetesangalo
Reprodução/Instagram/ivetesangalo

Entender sotaques e gírias regionais

Algumas gírias o Google Now entende bem, como a pernambucana "arretado" ou a baiana "zoró". Mas se você tentar falar a interjeição gaúcha "bá, chê", ele vai entender como "bate" ou "boot". "O desafio é desenvolver sistemas de reconhecimento de voz que sejam precisos independentes das características do falante, como sotaque nativo x estrangeiro, homem x mulher x criança, fala coloquial x formal", diz Aline Villavicencio, professora do grupo de inteligência artificial da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Gregorio Borgia/AP
Gregorio Borgia/AP

Melhorar no quesito multilíngua

Os atuais programas até aceitam mais de uma língua, mas patinam um pouco na hora de distinguir de qual idioma é determinada palavra. E quanto mais idiomas você colocar na mistura, mais difícil vai ser essa separação. É um problema que atrapalha bastante aqueles que têm que lidar com palavras, nomes e expressões em inglês no trabalho, ou para falar termos estrangeiros que foram assimilados no nosso cotidiano, como "mouse" e "dossiê".

Captar e interpretar o som em situações complexas

Ruídos externos estão entre os maiores inimigos do reconhecimento de voz. A diferença entre usar uma assistente pessoal em um escritório em silêncio e em uma rua com carros buzinando ou em uma sala com eco é gritante: a precisão diminui, e o processamento do que foi dito tende a ser bem mais lento. Evoluções nisso passariam não apenas pelo software, que precisaria filtrar melhor as vozes dos demais barulhos, mas também por microfones cada vez melhores em dispositivos móveis.
Divulgação
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Pontuar e caprichar na gramática em textos longos

O recurso de voz dos iPhones já aceita pontuação. Se você disser: "Eu amo você ponto", a frase sera escrita como "Eu amo você." No Google Now isso só ocorre em algumas línguas, e o português ainda não está entre elas. O fato é que pontuar com a voz ainda é um dilema, e o ideal mesmo é que o locutor apenas consiga a pontuação com a entonação correta, como ao falar a frase "Você vem hoje?" o sistema já colocar a interrogação por si só. Outro problema é que os sistemas ainda não entendem tão bem questões como sintaxe e concordância verbal em alguns casos. Você pode falar "concordou" e ele entender "concordo", por exemplo.

Expandir vocabulário e aceitar neologismos

Em um teste informal no UOL, o Google Now transformou "imexível", palavra maluca cunhada pelo ex-ministro Antônio Rogério Magri (foto), em "inesquecível". E reverteu "Expelliarmus", um dos feitiços das histórias de Harry Potter, como "italianos". Por mais memória ou auxílio ao Google que tenham os sistemas de reconhecimento de voz, eles podem se confundir nesses casos. Se você inventar uma palavra ou preferir uma forma curiosa de escrever palavras antigas, como a popular na internet "quenhe vc", corruptela de "quem é você?", não conte com a compreensão total do reconhecimento de voz até que o tal termo esteja totalmente difundido.
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Usar sem parecermos bobos

Quando os celulares se tornaram populares, muita gente estranhou a nova situação de pessoas "falando sozinhas" na rua. Se o uso das assistentes pessoais e de outras formas de reconhecimento de voz se tornarem imprescindíveis, essa sensação vai se repetir. Afinal, ainda é bem esquisito ficar repetindo a mesma frase ou pergunta no meio da rua com o celular apontado para a boca.
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Saber quando não agir

Em 2014, o áudio de um anúncio de TV sobre o Xbox One acabava ativando o videogame à revelia dos usuários, ao falar o comando "Xbox on". Esse é um exemplo do que pode acontecer se ficarmos totalmente cercados de diferentes tecnologias de reconhecimento de voz: algo que não era pra ser contextualmente um comando para a máquina acabar ativando ou desativando algo sem querer. É uma tarefa difícil para os desenvolvedoras de inteligência artificial conseguirem "adivinhar" as intenções do usuário ou saber quando agir ou não.
Grosby Group
Grosby Group

Garantir alguma privacidade

A questão da privacidade e segurança dos dados ainda preocupa nessa seara. Afinal, se todo mundo ficar falando em voz alta com as máquinas, quem garante que alguém mal intencionado não estará por perto ouvindo os comandos para usá-los em crimes? Ou que uma assistente pessoal ativada o tempo todo não ouve e grava absolutamente tudo que ouvimos? Pode parecer paranoia demais, mas o CEO da Apple, Tim Cook, já se pronunciou sobre a Siri dizendo: "A Apple não tem acesso aos dados. Por isso não há preocupações com a privacidade para a maioria das pessoas, acho, quando as informações são mantidas em seu dispositivo e estão protegidas com a sua senha". Será? 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

The Independent será apenas digital

O jornal The Independent, um dos mais importantes da Inglaterra, deixará de circular na versão impressa, informou o The Guardian.


A expectativa é que as últimas edições sejam vendidas no final de março – mais precisamente no dia 26. O jornal terá agora apenas a versão digital.

Não se sabe ainda quantos de seus 150 funcionários perderão seus empregos. O jornal existe há três décadas e o fim da circulação impressa mostra a mudança da imprensa para um futuro digital, opinou Evgeny Lebedev, dono da publicação.

"A indústria dos jornais está mudando, e essa mudança está sendo conduzida pelos leitores", disse ele ao The Guardian.


Via  Brasil 247