sábado, 18 de julho de 2009

As lacunas da cobertura da crise no Congresso brasileiro

É de tamanha lucidez o texto escrito a seguir. Vale uma boa reflexão e mostra uma realidade oculta em muitas reportagens sobre o assunto, infelizmente. O texto está no blog do Jornalismo nas Américas, cujo link está no final da postagem. Dá pano para muita manga essa discussão. Sarney não é o único mesmo.

“O Congresso Nacional está em crise, mas para a grande imprensa tudo se resume a um nome: José Sarney”, escreve o jornalista Luiz Antonio Magalhães no Observatório da Imprensa. Para ele, a cobertura da crise no Senado está cheia de lacunas, falta contextualização nas matérias, e a atenção da mídia voltada exclusivamente ao atual presidente do Senado e ex-presidente da República faz com que “muita coisa importante não seja publicada”. (Entenda a crise neste infográfico do G1 e nesta página multimídia do Estadão.)

Magalhães fala, por exemplo, que o primeiro-secretário do Senado Heráclito Fortes assinou, juntamente com Sarney, as atas das reuniões secretas. Mas, pelo que é publicado nos “jornalões”, os leitores ficam achando que só José Sarney sabia e cuidava das falcatruas, observa o jornalista.

Além disso, diz Magalhães, não há contextualização nas reportagens e colunas publicadas sobre o tema, que trazem as denúncias mas não explicam aos brasileiros que tais feitos são muito antigos. “Para o leitor, fica parecendo que anteontem Sarney desembestou a praticar corrupção, a torto e a direito, praticando um verdadeiro haraquiri político”. Também não se explica a guerra e os interesses dos partidos políticos por trás dos ataques a Sarney, todos mirando a sucessão do presidente Lula em 2010, acrescenta Magalhães.

“Não foi de ontem para hoje que o Senado contratou 9,6 mil funcionários (contando os inativos, o número chega a espantosos 18 mil e nesta soma não estão os terceirizados e comissionados) para servir os 81 senadores, o que é um absurdo lógico e administrativo. Também não foi de ontem para hoje que começaram a ser assinados os atos secretos, agora cancelados pelo presidente da Casa”, diz Magalhães. “E o mais importante de tudo, não foi de ontem para hoje que a imprensa ficou sabendo de tanta imoralidade”.

Ao invés de sentir orgulho por ter garantido denúncias exclusivas, diz Magalhães, muitos jornalistas deveriam sentir vergonha por não ter informado a população mais cedo.

Leia o texto completo de Magalhães aqui.


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Fonte: Jornalismo nas Américas

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