domingo, 25 de novembro de 2012

Pior e melhor escola do Enem no DF divergem sobre uso de tecnologia

Os colégios do Distrito Federal com o melhor e o pior desempenho dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 ocupam posições extremas também sobre o papel da tecnologia no aprendizado dos estudantes. 

Olimpo, colégio privado que pelo terceiro ano consecutivo aparece com a melhor média no exame no DF, aposta no tradicional esquema “professor-giz-quadro negro”. No Centro Educacional Taquara, a direção da escola reclama de só ter giz e quadro negro nas aulas.

O Colégio Olimpo, na Asa Sul, defende o ensino tradicional e atribui o sucesso ao emprego desse método. "Aqui nós temos aversão à informática. O professor é que passa o conhecimento para o aluno. O professor precisa de cuspe e giz", diz o diretor pedagógico do Olimpo, Vinícius Miranda.

Para o diretor do Taquara, Volemar Ornelas, há três meses no cargo, a falta de tecnologia compromete o aprendizado dos alunos. "Nós só temos quadro negro e giz. É muito pouco. Um aluno de ensino médio tem que estar ligado no que acontece no mundo, nas redes sociais e em pesquisas. Eles têm que ter uma visão de mundo. Acho difícil o professor passar isso só com giz, quadro e saliva", disse.

Embora vivam realidades diferentes, os dois colégios possuem alguns números semelhantes. O Olimpo tem 950 alunos distribuídos pelos ensinos fundamental, médio e pré-vestibular. O colégio de Planaltina tem cerca de 800 alunos em turmas do fundamental, médio e educação infantil. O colégio particular tem 48 professores, contra 46 da escola pública. A diferença é que os professores do colégio de Planaltina dão aulas para o ensino médio e para o fundamental. No Olimpo, a maioria dos professores se dedica ao ensino médio.


O laboratório de informática do colégio Taquara está equipado com 20 computadores que não estão funcionando. "Nosso convênio com a empresa que oferecia o sistema Linux terminou em julho e desde então estamos sem acesso aos computadores", disse Ornelas. O Olimpo não tem laboratório. "Usamos computadores somente para as aulas de robótica", conta Miranda.

Os dois colégios têm salas de leitura que funcionam como uma espécie de biblioteca. No Olimpo, o atendimento é das 6h às 23h, com espaços para estudo individual e coletivo. No Taquara, a sala de leitura funciona em uma área improvisada, apenas no período da manhã.





O corpo docente é um dos atrativos para manter os estudantes do Olimpo na escola. Dos 48 professores da instituição, que dão aulas no ensino fundamental 2 e no ensino médio, alguns vêm de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia e Palmas.

Os salários variam entre R$5 mil e R$ 15 mil. "Nossos professores estão sempre se atualizando. Aqui nós fazemos as provas dos principais vestibulares do país, IME, ITA, Unicamp, UnB, UFG e UFT para estarmos preparados para responder aos alunos." Os professores da escola pública recebem R$ 4 mil em média, segundo a direção.

A permanência do aluno na escola é incentivada no Olimpo. A escola fica aberta para aulas, plantões de dúvidas e estudos. Os portões do colégio são abertos às 6h e fechados às 23h.
Apesar das diferenças e dificuldades, os representantes dos dois colégios dizem que buscam preparar os estudantes para os desafios.

"Cheguei aqui há três meses e encontrei a escola desmotivada, sem norte. Ninguém fica motivado por ficar. Quero uma atividade diversificada, trazer a comunidade para o ambiente escolar", disse Ornelas. Miranda resume o bom desempenho dos alunos do Olimpo em Brasília: "Nosso sucesso está focado no aluno, professor, na pedagogia e no ensino".

Fonte: Portal G1