Quando se trata de divulgar notícias
de última hora, já vai longe a época em que era necessário esperar que
uma agência de notícias distribuísse a informação. Atualmente, as
redações dependem, em grande parte, de testemunhas-oculares e do
conteúdo criado por usuários [1](User Generated Content – UGC) para alertar o público sobre acontecimentos em andamento e providenciar conteúdo multimídia para as matérias.
Para o especialista em mídia Fergus Bell, tratar desse conteúdo (UGC) de uma maneira ética é fundamental para o futuro do jornalismo. Como co-fundador da Iniciativa UGC de ética da ONA (Online News Association), ele acredita que o projeto é um modelo sustentável para lidar com os conteúdos criados por usuários visando proteger os jornalistas e suas fontes, ao ampliar a confiança da público nas organizações jornalísticas.
“Há maneiras de ser competitivo e ético ao mesmo tempo. Acho que isso exige que a indústria trabalhe em conjunto. Existem alguns padrões a que podemos chegar – só por se tratar de uma coisa nova, isso não significa que não podemos nos reunir e falar sobre o assunto”, disse ele durante um discurso.
A sustentabilidade significa criar confiança para que redações e jornalistas continuem a gozar de confiança para tratar do UGC de uma maneira ética e profissional. Veja, abaixo, o que deve e não deve ser feito para criar um fluxo de trabalho sustentável para tratar de um UGC na redação.
O que deve ser feito:
Seja transparente
– Certifique-se de que sua audiência sabe que você está tratando de um UGC.
“A transparência é fundamental aqui e volta à sustentabilidade. Nossas audiências estão procurando este conteúdo. Elas são capazes de checar por conta própria e precisam certificar-se de que nós fazemos o mesmo.
Precisam compreender um pouquinho melhor nossos padrões e a maneira pela qual trabalhamos. Não se trata de preencher o tempo, mas mostrar-lhes que sabemos o que estamos fazendo.”
– Não use programas pirateados
Fergus Bell acha que a era do software gratuito está chegando ao fim. Ele recomenda o uso de serviços pagos, como o DataMinr, Geofeedia e SAM, para filtrar para o UGC e valorizar suas matérias.
-Aproveite ao máximo a interatividade das redes sociais
TweetDeck, Google Trends e o Facebook Signal são recursos válidos para localizar o UGC e selecionar material de arquivo para a divulgação de matérias de última hora.
“No mínimo, é um trampolim para aquilo que você quer ler, para aquilo que você vai querer num futuro próximo”, disse Bell.
O que não deve ser feito:
– Republicar matérias sem verificação da origem
Só porque outros veículos estão incorporando conteúdo não verificado, isso não significa que você o tenha que fazer. Ao invés de percebê-lo como uma receita em potencial perdida, considere-o um lucro em potencial. E se você não puder verificar uma fonte? Fergus Bell recomenda procurar uma nova fonte.
“Se você concluir que a fonte está errada, que os acontecimentos são ultrapassados e o conteúdo é falso, então pare. No longo prazo, sai muito caro ficar verificando alguma coisa. Se algo não está certo, comece a procurar algo que esteja [certo].”
– Confiar nos avisos sobre filiações e interesses de autores (disclaimer)
“Eu incentivaria a ignorar os avisos porque é uma coisa sem valor. Qual valor tem um desmentido senão o de esconder fatos por trás dele? Sei que isso pode chocar, mas quem vai sair ganhando nisto serão os profissionais que bancam o conteúdo que firmam ser disseram ser o correto”, disse Bell.
– Bombardear as testemunhas com exigências
Como parte do fluxo de trabalho na redação, desenvolva uma estratégia no sentido de que as testemunhas oculares não recebam muitas exigências de sua organização. Isso pode parecer não profissional – tanto para suas fontes em potencial quanto para o público mais amplo.
– Deixe tudo por conta da automação
Fergus Bell disse que embora venham ocorrendo avanços na verificação feita pelo UGC – o que inclui o trabalho provocado por redes tecnológicas voltadas para o sistema nervoso –, a ferramenta mais importante ainda é o seu cérebro.
Seus instintos, experiência e conhecimento ainda não podem ser replicados – nem pelas máquinas mais avançadas. “Você precisa saber quando está olhando para alguma coisa que não é real ou não foi carregada de acordo com um padrão estabelecido”, disse Bell. “Boa parte do conteúdo recusado foi devido à forma pela qual surgiu.”
[1] Conteúdos produzidos por usuários é uma expressão recente para designar noticias e dados enviados por indivíduos praticantes de atos jornalísticos , sem formação especializada
Jason Howie, do site journalism.co.uk/news
Via Observatório de Imprensa
Para o especialista em mídia Fergus Bell, tratar desse conteúdo (UGC) de uma maneira ética é fundamental para o futuro do jornalismo. Como co-fundador da Iniciativa UGC de ética da ONA (Online News Association), ele acredita que o projeto é um modelo sustentável para lidar com os conteúdos criados por usuários visando proteger os jornalistas e suas fontes, ao ampliar a confiança da público nas organizações jornalísticas.
“Há maneiras de ser competitivo e ético ao mesmo tempo. Acho que isso exige que a indústria trabalhe em conjunto. Existem alguns padrões a que podemos chegar – só por se tratar de uma coisa nova, isso não significa que não podemos nos reunir e falar sobre o assunto”, disse ele durante um discurso.
A sustentabilidade significa criar confiança para que redações e jornalistas continuem a gozar de confiança para tratar do UGC de uma maneira ética e profissional. Veja, abaixo, o que deve e não deve ser feito para criar um fluxo de trabalho sustentável para tratar de um UGC na redação.
O que deve ser feito:
Seja transparente
– Certifique-se de que sua audiência sabe que você está tratando de um UGC.
“A transparência é fundamental aqui e volta à sustentabilidade. Nossas audiências estão procurando este conteúdo. Elas são capazes de checar por conta própria e precisam certificar-se de que nós fazemos o mesmo.
Precisam compreender um pouquinho melhor nossos padrões e a maneira pela qual trabalhamos. Não se trata de preencher o tempo, mas mostrar-lhes que sabemos o que estamos fazendo.”
– Não use programas pirateados
Fergus Bell acha que a era do software gratuito está chegando ao fim. Ele recomenda o uso de serviços pagos, como o DataMinr, Geofeedia e SAM, para filtrar para o UGC e valorizar suas matérias.
-Aproveite ao máximo a interatividade das redes sociais
TweetDeck, Google Trends e o Facebook Signal são recursos válidos para localizar o UGC e selecionar material de arquivo para a divulgação de matérias de última hora.
“No mínimo, é um trampolim para aquilo que você quer ler, para aquilo que você vai querer num futuro próximo”, disse Bell.
O que não deve ser feito:
– Republicar matérias sem verificação da origem
Só porque outros veículos estão incorporando conteúdo não verificado, isso não significa que você o tenha que fazer. Ao invés de percebê-lo como uma receita em potencial perdida, considere-o um lucro em potencial. E se você não puder verificar uma fonte? Fergus Bell recomenda procurar uma nova fonte.
“Se você concluir que a fonte está errada, que os acontecimentos são ultrapassados e o conteúdo é falso, então pare. No longo prazo, sai muito caro ficar verificando alguma coisa. Se algo não está certo, comece a procurar algo que esteja [certo].”
– Confiar nos avisos sobre filiações e interesses de autores (disclaimer)
“Eu incentivaria a ignorar os avisos porque é uma coisa sem valor. Qual valor tem um desmentido senão o de esconder fatos por trás dele? Sei que isso pode chocar, mas quem vai sair ganhando nisto serão os profissionais que bancam o conteúdo que firmam ser disseram ser o correto”, disse Bell.
– Bombardear as testemunhas com exigências
Como parte do fluxo de trabalho na redação, desenvolva uma estratégia no sentido de que as testemunhas oculares não recebam muitas exigências de sua organização. Isso pode parecer não profissional – tanto para suas fontes em potencial quanto para o público mais amplo.
– Deixe tudo por conta da automação
Fergus Bell disse que embora venham ocorrendo avanços na verificação feita pelo UGC – o que inclui o trabalho provocado por redes tecnológicas voltadas para o sistema nervoso –, a ferramenta mais importante ainda é o seu cérebro.
Seus instintos, experiência e conhecimento ainda não podem ser replicados – nem pelas máquinas mais avançadas. “Você precisa saber quando está olhando para alguma coisa que não é real ou não foi carregada de acordo com um padrão estabelecido”, disse Bell. “Boa parte do conteúdo recusado foi devido à forma pela qual surgiu.”
[1] Conteúdos produzidos por usuários é uma expressão recente para designar noticias e dados enviados por indivíduos praticantes de atos jornalísticos , sem formação especializada
Jason Howie, do site journalism.co.uk/news
Via Observatório de Imprensa
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