Não
vai demorar muito para que conteúdos jornalísticos sejam produzidos de
maneira automática por robôs. É neste futuro que o professor de mídia e
comunicações da Karlstad University (Suécia), Christer Clerwall, aposta.
O profissional estuda e faz testes para que matérias sejam produzidas
por meio de equipamentos eletrônicos. Segundo informações do site
da Revista Galileu, Clerwall realizou recente pesquisa com 46 alunos da
graduação de jornalismo, que avaliaram textos escritos por jornalistas e
robôs. A ideia era analisar a qualidade do conteúdo.
A
reportagem, sobre um jogo de futebol americano, passou por alguns
ajustes no tamanho, para que ambos tivessem o mesmo comprimento. O
professor afirmou que as alterações foram feitas sem que os textos
perdessem o sentido. Alguns pontos, como confiável, agradável de ler,
informativo e útil foram utilizados nas avaliações. O resultado apontou
que o material criado pelo jornalista foi definido como bem escrito,
claro e agradável. O produzido pelo software como descritivo,
informativo, preciso, confiável e objetivo.
A avaliação final mostrou que, das 27
pessoas que responderam o questionário, 10 disseram acreditar que um
jornalista era o autor da nota feita de maneira eletrônica. Dos 18
entrevistados que leram a matéria escrita por um profissional, 10
arriscaram ao dizer que tinha sido escrita por um programa. "Fiquei
surpreso com os resultados, até certo ponto. Mesmo que eu soubesse que
os textos automáticos eram realmente muito legíveis, pensei que eles
seriam considerados piores do que os escritos por um jornalista", disse o
professor.
O assunto foi tema também da coluna de Gilberto
Dimenstein na CBN. Para ele, a notícia deixará
muito jornalista "de cabelo em pé". "Graças às novas invenções da
tecnologia da informação, muitos desses dados puramente descritivos
talvez sejam feitos por uma máquina. O que vai ficar para nós seres
humanos é fazer matérias com mais charme, emoção e reflexão".
Nenhum comentário:
Postar um comentário