quinta-feira, 8 de agosto de 2013

#Chromecast coloca os vídeos da internet em sua TV, sem gastar muito

De acordo com a PCWorld, a Google não tem lá o melhor histórico na sala de estar: a Google TV foi uma boa idéia para adicionar a Internet à familiar experiência de assistir TV, mas não “pegou”. Os consumidores não se entusiasmaram, poucos fabricantes suportam a plataforma com seus aparelhos e muitos provedores de conteúdo bloquearam o acesso a seus filmes, séries e músicas usando os aparelhos. E o Nexus Q, que foi anunciado durante a conferência Google I/O em 2012, nunca chegou ao mercado.

Em sua terceira tentativa de levar vídeo online para a TV, a Google pensou pequeno. O Chromecast (US$ 35 nos EUA, ainda não disponível no Brasil) é um aparelhinho do tamanho de um pendrive que é plugado a uma porta HDMI de uma TV e permite reproduzir filmes, séries, músicas e fotos disponíveis na internet em sua TV. Ele é controlado usando qualquer smartphone ou tablet com Android ou iOS, um Mac ou PC com o navegador Google Chrome ou um Chromebook.

É conveniente
O Chromecast não tem um controle remoto, nem uma interface própria. A configuração é fácil e basta seguir alguns passos: o primeiro é plugar o aparelho a uma porta HDMI em sua TV. Se ela for uma porta HDMI 1.4+ MHL, provavelmente será capaz de alimentar sozinha o aparelho. Mas esse é um padrão recente, e a maioria dos usuários irá precisar conectar o cabo micro USB incluso na embalagem ao Chromecast e a uma porta USB livre na TV ou, se não houver uma porta USB disponível, a um carregador (também incluso na embalagem) plugado à parede.
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Chromecast plugado à TV. Note o cabo USB usado para alimentação
Depois é necessário visitar um site em seu smartphone Android ou no navegador Google Chrome em seu Mac ou PC. Lá você irá baixar um pequeno app para completar a configuração, dando um nome ao seu Chromecast e conectando-o à sua rede Wi-Fi.
Para controlar o Chromecast você irá usar apps que já conhece e provavelmente já estão instalados em seu smartphone, tablet ou computador: Chrome, Netflix, YouTube e os apps de conteúdo da Google, Google Play Filmes e Google Play Music. Para transmitir uma aba do Chrome para sua TV (algo que a Google chama de “casting”) é necessária uma extensão para o navegador chamada Google Cast, que adicionará um botão à barra de ferramentas.
A idéia é que você controla o Chromecast com os mesmos apps que já usa. E de fato, nunca tive de fazer login ou digitar senhas no Netflix e YouTube, algo que é um incômodo em uma Apple TV. Os apps já sabiam quem sou, e em um instante eu estava pronto para transmitir ou, como diz o papel de parede do Chromecast: “ready to cast”.
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Barra azul no topo do app do Netflix mostra o que está sendo transmitido
E porque a Google chama o ato de transmitir conteúdo de um smartphone, tablet ou PC para o Chromecast de “casting”, em vez de “streaming”? É que ao contrário do AirPlay em dispositivos iOS e na Apple TV, que transmitem conteúdo diretamente de seu gadget para a TV, quando você diz ao Chromecast para tocar algo ele vai diretamente à internet para buscar o conteúdo. Seu aparelho não transmite nada além de uma ordem como “toque o vídeo que está neste site”.

Com isso você fica livre para abrir um outro app em seu smartphone ou tablet, ou continuar usando o navegador em seu notebook, enquanto um vídeo toca. Pode até mesmo sair de casa e ele vai continuar tocando. De fato o app do Netflix permite que você comece a tocar um vídeo em um aparelho e depois assuma o controle em qualquer outro conectado à mesma rede Wi-Fi.

É divertido
Quando você usa o app do YouTube pode continuar procurando por mais vídeos enquanto o primeiro toca: quando você seleciona um outro vídeo a opção “Add to TV Queue” (Adicionar à fila da TV) aparece, e basta um toque para criar uma playlist. Qualquer pessoa usando o app do YouTube no Android e iOS em um aparelho conectado à mesma rede Wi-Fi do Chromecast pode adicionar vídeos à lista, o que numa festa acaba gerando uma sequência infindável de videoclipes, comerciais antigos, memes e mais vídeos de gatos do que você pode imaginar. Esperamos que mais apps, como o Rdio ou Spotify, adicionem suporte a estas “playlists em grupo”.
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Basta um toque para adicionar um vídeo à fila no YouTube
É legal
O fato de que o Chromecast pode ligar sua TV e mudar o canal sozinho, sem que você sequer tenha de chegar perto do controle remoto, lhe dá um fator “uau!” que nunca vi em uma set-top box tradicional. Para isso o aparelho usa um recurso da especificação HDMI chamado CEC (Consumer Electronics Control - Controle de Eletrônicos de Consumo) que permite que um aparelho envie sinais a outro.
Mas nem todas as TVs suportam este recurso, e cada fabricante de TV tem um nome próprio para o CEC: a Toshiba chama de Regza Link, a Sharp de Aquos Link, a Sony de Bravia Link, a LG de Simplink, a Samsung de Anynet+ e por aí vai. Talvez seja necessário fuçar os menus de configuração de sua TV para ativar o CEC. O recurso funcionou com minha TV LCD da Toshiba, um modelo produzido em 2007 que não é “smart”, não é particularmente fina e sequer tem portas USB, mas agora pode despertar sozinha com um toque na tela de meu smartphone.

É poderoso
A habilidade de enviar o conteúdo de uma aba do Chrome para a TV (que, tecnicamente, ainda está em beta) funciona bem, desde que sua rede Wi-Fi esteja à altura da tarefa. Experimentamos alguns “crashes”, que diminuíram dramaticamente depois que tiramos o Chromecast da saturada rede Wi-Fi de nosso escritório e o colocamos em uma rede doméstica com menos aparelhos e menos fontes de interferência. Seus resultados podem variar, e em caso de problemas não se esqueça de tentar mudar a posição do Chromecast, já que mesmo que sua rede seja rápida o suficiente paredes e a própria TV podem bloquear o sinal de Wi-Fi. A Google inclui com o Chromecast um cabo extensor de HDMI que você pode usar se necessário, e no meu caso o Chromecast conseguiu melhor sinal de Wi-Fi quando conectado à uma porta HDMI na lateral da TV, em vez de uma das portas traseiras.
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Chromecast vem acompanhado por fonte de alimentação, cabo USB e extensor HDMI
Todos os sites que experimentei no Chrome pra Mac funcionaram no Chromecast, incluindo sites de emissoras de TV, de notícias, Flickr, Rdio e serviços de streaming como o Hulu Plus (não disponível no Brasil). A única coisa que não funcionou foi o streaming ao vivo de um concerto do Phish, devido a restrições de reprodução e proteção anticópia.
Dá até pra tocar vídeos armazenados em seu computador se você abrí-los dentro do Chrome, desde que não estejam em formatos que exigem plugins proprietários como o Flash ou Silverlight. A Apple TV também permite a reprodução de conteúdo local, mas ele precisa estar em um formato suportado pelo iTunes.
Quando você clica no botão “Cast” no canto superior direito da janela do navegador para enviar uma aba para o Chromecast, ele não espelha todo o seu desktop como faz uma Apple TV. Em vez disso um navegador embutido no Chromecast abre a mesma URL mas mostra apenas o conteúdo, sem as barras de menu e a interface do navegador. Você precisa deixar a aba aberta em seu Mac ou PC para que o conteúdo continue sendo mostrado no Chromecast, mas pode abrir uma nova aba no navegador e continuar fazendo outras coisas sem interromper a “transmissão”.
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Basta clicar em um ícone no Google Chrome para enviar o conteúdo de uma aba do navegador para a TV
A sincronia entre o computador e o Chromecast não é exata: há um atraso de alguns segundos já que a aba tem de ser carregada de forma independente, e ações como rolar a página ou clicar em um item demoram um pouco para serem registradas pelo Chromecast.
Não é perfeito
O Chromecast não tem um controle remoto, e isso pode ser um problema. Se ele já está tocando um vídeo, pode exemplo, você tem de se lembrar em qual app o abriu e retornar até ele para assumir novamente o controle do aparelho. Mas como a lista de apps compatíveis atualmente é limitada ao Chrome, Netflix, YouTube, Play Filmes e Play Music isso não é um grande problema, e quando você está usando o Netflix ou um dos apps no Google Play em um aparelho Android os controles de reprodução aparecem também na tela de bloqueio do aparelho.
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Alguns apps, mas não todos, mostram controles de reprodução na tela de bloqueio
O Chromecast não tem recursos de segurança: não é possível definir uma senha para o acesso, então você terá de usar os recursos de segurança de sua estrutura de rede para protegê-lo. E qualquer aparelho conectado à mesma rede do Chromecast pode vê-lo e controlá-lo, e até mesmo interromper a reprodução de um vídeo. Isso significa que um irmão pestinha pode interromper a maratona de Glee da irmã mesmo estando em outro cômodo.

Veredito
No momento o Chromecast não faz nada que alternativas como a Apple TV não fazem, mas sua implementação do YouTube é melhor, e seu suporte a conteúdo comprado (ou alugado) no Google Play o torna uma compra imediata se você já investiu nesse ecossistema. E seu suporte a múltiplas plataformas o torna ideal para casas que tem um conjunto variado de aparelhos. E o preço, apenas US$ 35 nos EUA, o torna quase que uma compra de impulso.
Se você ainda não tem um aparelho para assistir vídeo via streaming na TV, ou se tem um mas ele não oferece tudo o que você quer assistir, o Chromecast pode ajudar a preencher a lacuna. Ele torna a tarefa de assistir vídeo online tão simples quanto o apertar de um botão, e mesmo que este botão não esteja presente em muitos apps, a possibilidade de transmitir uma aba do Chrome, e seu conteúdo, para a TV é suficiente para mantê-lo grudado no sofá, aproveitando todo os vídeos que a Internet tem a oferecer.

Autor/Fonte: PCWorld

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