Em uma
postagem publicada nesta tarde em seu blog
oficial, o Google negou que a empresa participe de um programa que
fornece ao governo dos Estados Unidos acesso direto aos dados armazenados nos
servidores da empresa.
O CEO do
Google, Larry Page, e o diretor jurídico, David Drummond, assinam o texto e
afirmam que nunca tinham ouvido falar no programa Prism até
ontem.
O mesmo
foi feito pelo CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, em postagem em seu perfil na rede
social no início da noite. Zuckerberg também afirmou, categoricamente, que o
Facebook não é e nunca foi parte de qualquer programa para fornecer informações
ao governo norte-americano ou acesso aos servidores. Ele também diz que, até
ontem, não tinha ouvido falar no Prism.
Entenda
o caso
O assunto
veio à tona depois que reportagens dos jornais The
Guardian e The
Washington Post mostraram documentos secretos do governo
norte-americano que revelam a existência do programa Prism, de monitoramento de
telefonemas, redes sociais, sites de buscas, chats e e-mails e outros dados. O
Prism surgiu há sete anos, no governo do presidente George W. Bush, foi mantido
e expandido na gestão do democrata Barack Obama.
O governo
teria acesso livre a dados da empresa de telefonia Verizon e de outros gigantes
digitais como Google, Facebook, Yahoo e Apple, para monitorar ameaças
terroristas. A existência do Prism foi confirmada na noite de quinta-feira, 6,
pelo diretor da Agência de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, James
Clapper.
Segundo Mark
Zuckerberg, o Facebook nunca recebeu do governo pedidos de acesso a
dados em massa, como teria acontecido com a Verizon. “E se tivéssemos [recebido
pedidos do governo], nós teríamos lutado contra isso agressivamente”, escreveu.
Transparência
O Google
afirma que fornece dados ao governo somente de acordo com a lei e que sua
equipe de advogados analisa todos os pedidos que são, inclusive, negados quando
as solicitações são muito amplas ou não seguem os procedimentos corretos. O
Facebook afirma o mesmo e Zuckerberg diz que continuará a lutar para
manter os dados dos usuários seguros.
O episódio
levanta um debate sobre transparência, na avaliação dos executivos do Google.
Segundo Page e Drummond, a empresa publica em seu relatório
de transparência todos os pedidos de acesso a informação recebidos e
foi a primeira companhia a abrir essas informações ao público. Em 2012, por
exemplo, o Google recebeu 16.407 solicitações de dados de usuários dos Estados
Unidos.
O Facebook
diz que incentiva os governos a serem transparentes. Segundo Zuckerberg,
somente assim seria possível proteger as liberdades civis e criar uma sociedade
segura e livre.
Fonte: Estadão Tecnologia
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