Jogos
de celulares, tablets e computadores podem deixar os usuários com
dívidas e criar dependência. A informação é do SPC Brasil
(Serviço de Proteção ao Crédito) que divulgou o alerta.
Para atrair os desavisados, os jogos permitem a utilização de
recursos limitados e,
posteriormente, passam
a exigir a compra de créditos para continuar novas fases.
Imagem da Cartilha |
Pensando
nisso, o SPC Brasil e o portal de educação financeira Meu Bolso
Feliz elaborou algumas dicas para ajudar os usuários a se protegerem
sem desistir da diversão enquanto esperam o metrô, o ônibus ou o
atendimento no consultório médico.
Segundo
os especialistas, existem
jogos e aplicativos, mesmo
os
considerados gratuitos, que
mantêm os consumidores
envolvidos,
mas cujo objetivo é faturar. Assim, esses aplicativos, informa o SPC
Brasil, têm níveis com um grande grau de dificuldade e que só pagando
o jogador consegue novas vidas ou passar de fase. Nestes
casos, a melhor coisa é evitar.
Outra
dica é não permitir que o mundo virtual se sobreponha à realidade.
De tanto jogar, você passa a considerar frutas, doces e cristais do
game como algo valioso para o cumprimento de tarefas. Então, quando
cobram um determinado valor por um conjunto desses apetrechos para
ultrapassar uma fase complicada, você enxerga a quantia como
irrisória pela conquista que será alcançada. Lembre-se: qualquer
que seja a oferta de um jogo, ela nunca é barata o suficiente para
ser paga com dinheiro de verdade.
A terceira dica é ficar
atento à
facilidade de compra online. O educador financeiro do site Meu Bolso
Feliz, José Vignoli, alerta: "É preciso tomar cuidado com as
informações do cartão de crédito, pois muitas vezes, ficam salvas
na internet". Dessa maneira, com apenas um clique, você faz
mais uma compra. Essa ação é perigosa e, na maior dos casos, faz o
usuário gastar mais e sem perceber. Muitas vezes, os gastos são
cobrados em dólar e ainda uncluem o IOF, ou seja, você vai gastar
muito mais do que imagina.
Para
quem tem Iphone, se um jogo ou aplicativo pedir sua senha da Apple,
redobre os cuidados. Em geral, digitar essa senha costuma autorizar o
pagamento de alguma compra.
E, claro, crie
um hábito: verifique sempre o saldo bancário antes de gastar com
jogos e se pergunte se pode - e precisa - colocar seu dinheiro nisso.
Ligue
o alerta em relação às reais intenções dos jogos. Muitos, por
serem gratuitos, trazem uma falsa sensação de que não há mau
nenhum em jogar. Assim, eles usam a necessidade do usuário de passar
de fase e conquistar vidas para começar, aos poucos, a ganhar
dinheiro com isso.
Quando
um grupo de pessoas costuma se divertir com os mesmos jogos e
aplicativos, pode surgir competição entre os integrantes. Esse
comportamento leva muita gente a colocar mais dinheiro para completar
as fases e ter recursos mais rapidamente do que os outros. Assim,
claro, o jogador poderá se exibir na rodinha de amigos. Será mesmo
que essa brincadeira ficará tão divertida quando a contar chegar?
Pense nisso!
Para
evitar a tentação, procure pela opção 'Ajustes' de seu celular e
desabilite a função 'Compras em Aplicativos' ou algo que seja
similar a isso. Dessa forma, você precisará de tempo para
desabilitar essa função antes de fazer uma compra. Use esse período
para refletir se vale mesmo à pena torrar seu dinheiro com isso.
"Usava
todo o dinheiro que tinha para jogar"
Infelizmente,
o estudante de administração Douglas Markus não teve acesso às
lições acima antes de se endividar -e se viciar - em brincadeiras
virtuais. Aos 14 anos nasceu o hábito de gastar com jogos durante
uma competição entre amigos em Lan Houses (loja que dispunha de
computadores para acesso à internet mediante pagamento pelo
tempo utilizado). Em pouco tempo,
ele já torrava toda a mesada nessa atividade. "Eram mais de
R$100 por mês. Não importava mais qual era o jogo, eu precisava
estar conectado e investia nisso. Eu já não saía mais com meus
amigos e nem com a minha namorada porque usava todo o dinheiro que
tinha para jogar", conta.
Por
sorte, o rapaz não se endividou. Mas Douglas reconheceu que
precisava de ajuda e tomou uma medida radical: "Exclui todos os
jogos do celular, pedi para o meu pai tirar a TV do meu quarto,
cortar a internet e decidi procurar um psicólogo. Hoje administro
muito melhor o que ganho e não sinto falta da minha antiga vida".
Além
da dívida, o vício
Uma
pesquisa feita pela empresa norte-americana Think Gaming, revelou que
são gastos, por dia, quase 900 mil dólares (quase 2 milhões de
Reais) em games gratuitos. Esse dado ressalta o que a
psicóloga e terapeuta familiar, Cássia Rodrigues explica: "Os
jogos viciam porque ativam no cérebro uma substância química
chamada dopamina, que da a sensação de prazer". O primeiro
passo para se livrar disso? "É necessário entender porque ela
se apegou àquela prática e como passou a ocupar tanto espaço na
sua vida. Só assim, e com muita força de vontade, é possível se
desconectar", ensina a profissional.
Para
não cair nessa armadilha, observe suas atitudes no dia a dia e na
maneira como encara esse tipo de diversão. Do vício para o
endividamento é um salto rápido. Algumas atitudes mostram quando
alguém ultrapassou o limite da curtição virtual saudável.
Descubra quais são elas:
-
O
game se transforma na atividade mais importante da vida da pessoa.
-
Jogar torna-se uma necessidade.
-
A vida social se torna desinteressante comparada ao prazer
proporcionado pelos games.
-
No caso dos adolescentes, o rendimento escolar começa a cair.
-
A pessoa gasta dinheiro para vencer o jogo ou ganhar vidas.
-
Arrisca sem se importar com a possibilidade de ficar inadimplente, ou
seja, não se preocupa se vai gastar mais do que pode.
-
"Só mais essa vez não vai fazer diferença", é o
pensamento de quem não consegue parar de jogar.
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Fonte: SPC Brasil
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