quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Como não se endividar com os jogos virtuais


Jogos de celulares, tablets e computadores podem deixar os usuários com dívidas e criar dependência. A informação é do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) que divulgou o alerta. Para atrair os desavisados, os jogos permitem a utilização de recursos limitados e, posteriormente, passam a exigir a compra de créditos para continuar novas fases.

Imagem da Cartilha

Pensando nisso, o SPC Brasil e o portal de educação financeira Meu Bolso Feliz elaborou algumas dicas para ajudar os usuários a se protegerem sem desistir da diversão enquanto esperam o metrô, o ônibus ou o atendimento no consultório médico. 
 

Segundo os especialistas, existem jogos e aplicativos, mesmo os considerados gratuitos, que mantêm os consumidores envolvidos, mas cujo objetivo é faturar. Assim, esses aplicativos, informa o SPC Brasil, têm níveis com um grande grau de dificuldade e que só pagando o jogador consegue novas vidas ou passar de fase. Nestes casos, a melhor coisa é evitar. 
 

Outra dica é não permitir que o mundo virtual se sobreponha à realidade. De tanto jogar, você passa a considerar frutas, doces e cristais do game como algo valioso para o cumprimento de tarefas. Então, quando cobram um determinado valor por um conjunto desses apetrechos para ultrapassar uma fase complicada, você enxerga a quantia como irrisória pela conquista que será alcançada. Lembre-se: qualquer que seja a oferta de um jogo, ela nunca é barata o suficiente para ser paga com dinheiro de verdade.


A terceira dica é ficar atento à facilidade de compra online. O educador financeiro do site Meu Bolso Feliz, José Vignoli, alerta: "É preciso tomar cuidado com as informações do cartão de crédito, pois muitas vezes, ficam salvas na internet". Dessa maneira, com apenas um clique, você faz mais uma compra. Essa ação é perigosa e, na maior dos casos, faz o usuário gastar mais e sem perceber. Muitas vezes, os gastos são cobrados em dólar e ainda uncluem o IOF, ou seja, você vai gastar muito mais do que imagina.


Para quem tem Iphone, se um jogo ou aplicativo pedir sua senha da Apple, redobre os cuidados. Em geral, digitar essa senha costuma autorizar o pagamento de alguma compra. E, claro, crie um hábito: verifique sempre o saldo bancário antes de gastar com jogos e se pergunte se pode - e precisa - colocar seu dinheiro nisso.


Ligue o alerta em relação às reais intenções dos jogos. Muitos, por serem gratuitos, trazem uma falsa sensação de que não há mau nenhum em jogar. Assim, eles usam a necessidade do usuário de passar de fase e conquistar vidas para começar, aos poucos, a ganhar dinheiro com isso.

Quando um grupo de pessoas costuma se divertir com os mesmos jogos e aplicativos, pode surgir competição entre os integrantes. Esse comportamento leva muita gente a colocar mais dinheiro para completar as fases e ter recursos mais rapidamente do que os outros. Assim, claro, o jogador poderá se exibir na rodinha de amigos. Será mesmo que essa brincadeira ficará tão divertida quando a contar chegar? Pense nisso!


Para evitar a tentação, procure pela opção 'Ajustes' de seu celular e desabilite a função 'Compras em Aplicativos' ou algo que seja similar a isso. Dessa forma, você precisará de tempo para desabilitar essa função antes de fazer uma compra. Use esse período para refletir se vale mesmo à pena torrar seu dinheiro com isso.



"Usava todo o dinheiro que tinha para jogar"



Infelizmente, o estudante de administração Douglas Markus não teve acesso às lições acima antes de se endividar -e se viciar - em brincadeiras virtuais. Aos 14 anos nasceu o hábito de gastar com jogos durante uma competição entre amigos em Lan Houses (loja que dispunha de computadores para acesso à internet mediante pagamento pelo tempo utilizado). Em pouco tempo, ele já torrava toda a mesada nessa atividade. "Eram mais de R$100 por mês. Não importava mais qual era o jogo, eu precisava estar conectado e investia nisso. Eu já não saía mais com meus amigos e nem com a minha namorada porque usava todo o dinheiro que tinha para jogar", conta.



Por sorte, o rapaz não se endividou. Mas Douglas reconheceu que precisava de ajuda e tomou uma medida radical: "Exclui todos os jogos do celular, pedi para o meu pai tirar a TV do meu quarto, cortar a internet e decidi procurar um psicólogo. Hoje administro muito melhor o que ganho e não sinto falta da minha antiga vida".



Além da dívida, o vício



Uma pesquisa feita pela empresa norte-americana Think Gaming, revelou que são gastos, por dia, quase 900 mil dólares (quase 2 milhões de Reais) em games gratuitos. Esse dado ressalta o que a psicóloga e terapeuta familiar, Cássia Rodrigues explica: "Os jogos viciam porque ativam no cérebro uma substância química chamada dopamina, que da a sensação de prazer". O primeiro passo para se livrar disso? "É necessário entender porque ela se apegou àquela prática e como passou a ocupar tanto espaço na sua vida. Só assim, e com muita força de vontade, é possível se desconectar", ensina a profissional.



Para não cair nessa armadilha, observe suas atitudes no dia a dia e na maneira como encara esse tipo de diversão. Do vício para o endividamento é um salto rápido. Algumas atitudes mostram quando alguém ultrapassou o limite da curtição virtual saudável. Descubra quais são elas:



-  O game se transforma na atividade mais importante da vida da pessoa.

- Jogar torna-se uma necessidade.

- A vida social se torna desinteressante comparada ao prazer proporcionado pelos games.

- No caso dos adolescentes, o rendimento escolar começa a cair.

- A pessoa gasta dinheiro para vencer o jogo ou ganhar vidas.

- Arrisca sem se importar com a possibilidade de ficar inadimplente, ou seja, não se preocupa se vai gastar mais do que pode.

-  "Só mais essa vez não vai fazer diferença", é o pensamento de quem não consegue parar de jogar.



Acesse mais dicas em http://meubolsofeliz.com.br/




Fonte: SPC Brasil


Nenhum comentário:

Postar um comentário